Caso Ana Lídia: Após mais de 40 anos mistério no qual indica Collor como um dos suspeitos do crime é reaceso
A história volta á tona e trás o suposto envolvimento do senador que concorre á reeleição
O pai de Álvaro, também Álvaro Braga, teria dito para sua mulher: “Eloyza, Deus queira que não seja o que estou pensando. Depois disso, vem coisas piores”. Mesmo assim, sempre negou que o filho havia sequestrado a própria irmã. O promotor, em conversa com o pai de Ana Lídia, disse: “O sr. perdeu uma filha em circunstâncias trágicas e quer salvar o outro filho. Evidentemente, não quer colaborar com as investigações, porque sabe que o seu filho participou desse crime. Ele não matou a irmã, mas é coautor, porque tirou a menina do colégio e entregou para esse celerado, esse Raimundo Lacerda Duque. Então, o sr. tomou uma decisão utilitária, prática: ‘Já perdi uma filha, não vou perder o outro filho’. Sabe o que conteceu? Ele ficou em silêncio. Não disse absolutamente nada”.
Tudo indica que Raimundo Lacerda Duque torturou, matou e estuprou (nessa ordem) a garota. Ele, que morreu em 2005, aos 64 anos, foi absolvido por falta de provas. Era alcoólatra e viciado em drogas. Álvaro Henrique Braga, absolvido por falta de provas, é médico angiologista em Vila Isabel, Rio de Janeiro.
A história de que filhos do coronel Jarbas Passarinho (o nome do filho não é mencionado), ministro da Educação, do senador Eurico Rezende (Eduardo Ribeiro Rezende) e de Alfredo Buzaid (Alfredo Buzaid Junior, o Buzaidinho), então ministro da Justiça (do governo Medici), estavam envolvidos no crime não é confirmada. “Nós não apuramos nada quanto a esse pessoal ligado à revolução”, disse o promotor. No lugar de golpe civil-militar, o promotor diz “revolução”, o que sugere endosso, se não à ditadura, ao menos ao conceito.
A reabertura do processo
Garota Ana Lídia/ Crédito: Google Imagens |
40 anos se passaram e não se foi descoberto sobre os autores reais deste crime bárbaro apenas se tem ao longo dos anos suspeitos.
Caso reaceso
Muitas pessoas relembraram e outras tomaram conhecimento do Caso da menina Ana Lídia esses dias durante o debate da Tv Pajuçara com os candidatos ao senado de Alagoas. O caso intriga pelo mistério que ronda há mais de 40 anos sem revelar quais os verdadeiros culpados havendo apenas suspeitos do bárbaro crime cometido contra a criança em Brasília durante a ditadura militar.
O caso veio á tona quando o candidato Elias Barros (PTC) – durante o debate – provocou Heloísa Helena ao dizer que o ex-senador Luís Estevão havia mandado um abraço forte para a vereadora.
No entanto, obtendo o direito de resposta aceito pela provocação de Barros, HH respondeu sob acusação de que o senador Fernando Collor (PTB) teria envolvimento – junto com Estevão – no assassinato e estupro de Ana Lídia.
Caso
Ana Lídia Braga, de 7 anos, ocorrido em Brasília, em 1970. A criança foi torturada, asfixiada e estuprada. Quarenta anos depois, apesar dos fortes indícios, ninguém foi julgado e condenado. A reportagem de Thaís Cieglinski sugere, baseada no depoimento do promotor de justiça do caso, José Jerônymo Bezerra de Souza, que o irmão de Ana Lídia, Álvaro Henrique Braga, a teria sequestrado para resolver pendência com um fornecedor de maconha, Raimundo Duque Lacerda, funcionário público subordinado da mãe da menina. Álvaro, apurou a polícia, pegou Ana Lídia na porta de uma escola.
O pai de Álvaro, também Álvaro Braga, teria dito para sua mulher: “Eloyza, Deus queira que não seja o que estou pensando. Depois disso, vem coisas piores”. Mesmo assim, sempre negou que o filho havia sequestrado a própria irmã. O promotor, em conversa com o pai de Ana Lídia, disse: “O sr. perdeu uma filha em circunstâncias trágicas e quer salvar o outro filho. Evidentemente, não quer colaborar com as investigações, porque sabe que o seu filho participou desse crime. Ele não matou a irmã, mas é coautor, porque tirou a menina do colégio e entregou para esse celerado, esse Raimundo Lacerda Duque. Então, o sr. tomou uma decisão utilitária, prática: ‘Já perdi uma filha, não vou perder o outro filho’. Sabe o que conteceu? Ele ficou em silêncio. Não disse absolutamente nada”.
Tudo indica que Raimundo Lacerda Duque torturou, matou e estuprou (nessa ordem) a garota. Ele, que morreu em 2005, aos 64 anos, foi absolvido por falta de provas. Era alcoólatra e viciado em drogas. Álvaro Henrique Braga, absolvido por falta de provas, é médico angiologista em Vila Isabel, Rio de Janeiro.
A história de que filhos do coronel Jarbas Passarinho (o nome do filho não é mencionado), ministro da Educação, do senador Eurico Rezende (Eduardo Ribeiro Rezende) e de Alfredo Buzaid (Alfredo Buzaid Junior, o Buzaidinho), então ministro da Justiça (do governo Medici), estavam envolvidos no crime não é confirmada. “Nós não apuramos nada quanto a esse pessoal ligado à revolução”, disse o promotor. No lugar de golpe civil-militar, o promotor diz “revolução”, o que sugere endosso, se não à ditadura, ao menos ao conceito.
Collor tido como um dos suspeitos
Collor durante a época do Caso Ana Lídia / Crédito: Google Imagens |
Entre os suspeitos estava também o futuro Presidente da República Fernando Collor de Mello, que, na época, tinha 24 anos de idade. Não há evidência que Collor esteja envolvido no crime, mas mesmo assim durante a campanha eleitoral de 1989 Collor foi acusado de ter participado do crime.
O caso é abafado pela ditadura militar
Em um momento da história nacional em que a ditadura militar controlava as investigações que lhe diziam respeito, como era de se esperar, não houve muito rigor nas investigações. Digitais não foram procuradas no corpo da menina, as marcas de pneus foram esquecidas e sequer se efetuou análises comparativas do esperma encontrado nas camisinhas com o dos suspeitos. E o que era mais estranho: houve uma grande passividade por parte dos próprios familiares de Ana Lídia.
A força do poder dominante para sufocar a divulgação do assunto pode ser medida por um episódio citado por Jávier Godinho em sua obra "A Imprensa Amordaçada". No dia 20 de maio de 1974 jornais, rádios e estações de televisão do país receberam o seguinte comunicado do Departamento de Polícia Federal:
De ordem superior, fica terminantemente proibida a divulgação através dos meios de comunicação social escrito, falado, televisado, comentários, transcrição, referências e outras matérias sobre caso Ana Lídia e Rosana.—Polícia Federal
Rosana Pandim se tratava de outra garota desaparecida com 11 anos de idade em Goiânia, no mesmo ano da morte de Ana Lídia. Mas, ao contrário do que aconteceu com a menina de Brasília, o corpo de Rosana jamais foi encontrado.
A reabertura do processo
Depois que se passaram treze anos da execução do crime o processo foi reaberto porque surgiram novidades sobre o assassinato. A repórter Mônica Teixeira, da Vídeo Abril, garantiu ter testemunhas que poderiam provar que o autor do crime era mesmo o filho do ex-Ministro da Justiça, Alfredo Buzaid, e que, apesar de a imprensa ter noticiado que ele havia morrido em um acidente, dois anos depois do crime, Mônica garantiu que ele ainda estava bem vivo no ano de 1985. Mais uma vez fatos estranhos aconteceram: algumas das testemunhas simplesmente morreram após serem intimadas para depor e não foi imediatamente permitida a exumação do corpo, sendo o processo novamente fechado por suposta falta de provas.
Em 1986, após um ano do pedido inicial, a exumação do corpo de Alfredo Buzaid Junior foi autorizada. Porém, por engano ou descuido da polícia, o corpo exumado foi o de Felício Buzaid, avô do acusado, falecido em 1966. Após uma segunda tentativa, um segundo cadáver, supostamente de Alfredo Buzaid Junior, foi entregue ao IML. Por algum motivo não explicado, os dentes do cadáver estavam removidos, impossibilitando o reconhecimento por arcada dentária (não existia o procedimento de testes de DNA na época). Mesmo assim, em julho de 1986, o legista José Antônio Mello declarou que o corpo enterrado era realmente de Alfredo Buzaid Junior.
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O parque Ana Lídia e a menina Santa
O parque Ana Lídia e a menina Santa
Parque leva o nome da criança assassinada/ Google Imagens |
Até hoje não houve um desfecho para o caso e ninguém foi punido pelos crimes cometidos. Em homenagem à menina, uma região do chamado Parque da Cidade, próximo à entrada do Setor Hoteleiro Sul, em que estão instalados diversos brinquedos para crianças, passou a ser denominado Parque Ana Lídia. Pela circunstâncias de seu martírio, seu túmulo é um dos mais visitados no cemitério da cidade, sendo cultuada por devotos que acreditam em milagres feitos pela menina, agora considerada uma santa.
Túmulo de Ana Lídia/ Google Imagens Por redação |
Caso Ana Lídia: Após mais de 40 anos mistério no qual indica Collor como um dos suspeitos do crime é reaceso
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setembro 22, 2014
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